sábado, 30 de abril de 2011

RESSURREIÇÃO, ESPERANÇA QUE NOS RENOVA A VONTADE DE VIVER.


 2º DOMINGO DA PÁSCOA – ANO A – 01/05/2011
domingo da Divina Misericórdia

PRIMEIRA LEITURA (At 2,42-47)
SALMO RESPONSORIAL 117/118
SEGUNDA LEITURA (1Pd 1,3-9)
EVANGELHO (Jo 20,19-31)

Acreditar no Cristo Ressuscitado está muito além de segui-lo, apenas como um conhecido, ou seja, alguém mesmo, com quem se convivera neste mundo. Evidentemente que, o ato de seguir ideologicamente uma pessoa, isto é, de compactuar com seu pensar e até mesmo de seu agir, implica certo conhecer a este alguém; não é possível, ao menos numa relação considerada normal, eticamente falando, que, por exemplo, se namore alguém a quem não se conheça, ainda que a sociedade moderna provida dos meios tecnológicos autentique que uma relação virtual, aquela mesma que se dá através do computador conectado à internet, seja suficiente para se estabelecer uma relação concreta entre duas pessoas; para conviver com alguém, se torna essencial, um mergulhar na vida do outro, e ao mesmo tempo um entregar-se ao outro, respeitando, é claro, as fases deste relacionamento.
Com o Ressuscitado, de forma alguma é diferente, sua relação com aqueles os quais escolhera, e que são seus por toda eternidade, se dá de forma progressiva, é claro a partir de uma experiência de recíproco conhecer-se, motivo pelo qual Cristo se manifesta homem e como homem, vive o tempo e o espaço como ambiente primeiro para esta experiência, momento em que seus amigos vão gradativamente se tornando discípulos, ainda que mantenham suas fragilidades e as tragam para este segundo momento, o da ressurreição, quando então ascenderá uma nova e elevada relação, a do testemunho.
Nesta fase, em que o Cristo se manifesta transcendente à sua essência gloriosa, quatro são os baldrames que sustentam esta nova forma de ser e de viver, isto é, a comunidade cristã: o ensino, a partilha, a Eucaristia e a vida de oração (cf. At 2,42); nem falemos simplesmente de oração, para não esgotar este assunto na pura piedade, a qual, não deixa de ser também uma importante, de tantas outras formas de oração. Sem uma destas estruturas, não se conseguiria estabelecer uma comunidade; seria como uma mesa de três pernas; não se sustentaria e certamente iria tombar, e a história da humanidade mesmo, nos testemunha muito claramente, que a presença destes pilares na vida de Igreja, apesar de todas as provações que tem passado, é o que a mantém edificada na sua fé. É mesmo a presença do Cristo Ressuscitado, glorioso, que por meio de seu Espírito soprado sobre os apóstolos, às portas fechadas, inseguros e incertos, ante o futuro que imaginavam para si, que podemos hoje sentir testemunhar toda a maravilha que Deus realiza em nossa vida. Ainda que muitos “Tomé(s)”, hoje, relutem em acreditar nesta possibilidade de salvação plena, de felicidade completa, Deus, por meio de seu Filho, continua realizando sinais, que dia após dia nos curam, e nos mantêm vivos ainda que pela fé.
É na escuridão e solidão da noite, onde se concentram os nossos sofrimentos, momento em que, fragilizados podemos vacilar na fé (cf. Jo 20,24-25), é que Jesus se manifesta esplendoroso, porém se desvelando, identifica-se como os sinais impressos em sua carne definitivamente pela humanidade; aqueles que realmente o conhecem, terão absoluta certeza de sua presença, ainda que continuem humanos, sujeitos portanto, à fragilidade do ser.
De fato, a salvação não é para o aqui e agora de nossa temporalidade, mas já está reservada aos que Deus fez renascer mediante uma esperança real e uma vida íntegra, ingredientes de uma felicidade completa.
Que nesta Oitave de Páscoa, todos nós possamos encontrar o ressuscitado e reconhecer os sinais que realiza em nossa vida.

Seja muito Feliz!

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