sábado, 27 de agosto de 2011

REFLEXÃO DA PALAVRA - XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM: CONFORMAR-SE AO PENSAMENTO DE DEUS PARA TRANSFORMAR O MUNDO


XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A – 28/08/2011

PRIMEIRA LEITURA: Jeremias 20,7-9
SALMO RESPONSORIAL: Sl 62/63
SEGUNDA LEITURA: Romanos 12,1-2
EVANGELHO: Mateus 16,21-27

CONFORMAR-SE AO PENSAMENTO DE DEUS PARA TRANSFORMAR O MUNDO

Para Jesus, transformar o mundo é muito mais que uma simples revolução política, uma troca de governo ou ainda uma mudança no sistema de organização da sociedade.
Ao longo de nossa história, muitas formas de governar foram colocadas em prática, muitas delas antagônicas na sua ideologia, no entanto, não houve forma de governo capaz de garantir uma perfeita justiça e bem estar social, talvez por que todas estas concepções políticas embasaram o exercício do poder na dominação e opressão aos mais pobres; ainda que, paradoxalmente, estes sejam a grande maioria de qualquer sociedade.
A capacidade que um governo possui de manter o povo controlado e ordeiro ao redor de uma proposta dominante, mesmo que esta não traga nenhum benefício à grande maioria da população, é tida como uma arte, isto é, a arte de fazer política; muitas vezes sequer, há a necessidade do uso de forças para garantir a ordem, a propaganda ideológica, muito bem representada na mídia, voltada para a alienação popular, às vezes dá melhores resultados do que a força policial ou um sistema de governo ditatorial; esta é a razão de hoje não vivermos mais a ditadura militar vivida de 1964 a 1985; não há mais necessidade, uma vez que a preocupação da massa tornou-se imediatista; futebol, novela, “happy hour”, sexo e a sedução, e para muitos ainda, a droga (incluindo-se aqui o cigarro e a bebida), são ingredientes suficientes para que sejam felizes, e assim aceitar a ordem das coisas tal como se encontra. O Evangelho, atualizado ao nosso tempo, se contrapõe enfaticamente a esta cultura ora instituída, fundada, sobretudo no materialismo, o qual tenta nos incutir ser desnecessário e infundado pensar e agir como Deus. Pensando como os homens e não como Deus, não se pode contribuir para a construção do Reino definitivo, o qual Jesus ofereceu sua vida para torná-lo realidade; é preciso saber que o projeto do Reino é para nossa temporalidade; o mundo ao qual vivemos deve ser o mais próximo possível da ideia do que seria o Reino definitivo; nisto consiste o projeto de Deus; pensando como os homens, só podemos atrapalhar a obra de salvação e nos tornamos então “pedra de tropeço” para Jesus e a sua Igreja.
Seguir Jesus, ao contrário do posicionamento assumido pelo apóstolo, é renunciar a si próprio; a vontade do servo não deve ser maior do que a do mestre; há que se aderir completamente à sua proposta libertadora, e para isto, é necessário primeiro indignar-se da ordem instituída, a qual pressupõe estruturalmente a injustiça. Só é capaz de aderir a um projeto tão revolucionário como o de Jesus aquele que foi seduzido por ele; do olhar de Jesus emana um amor absoluto por aqueles que são seus, é o “fogo ardente a penetrar-me”, constata Jeremias que, por uma força transcendente, é seduzido, e não conseguindo livrar-se, deixa-se ser possuído por este Espírito de amor, ainda que as consequências não lhe sejam agradáveis; Pedro, ao contrário pedirá que não aconteça tal coisa, a de sofrer as consequências do Evangelho.
Colocada a parábola dos talentos, logo após Pedro proferir sua fé, quando Jesus o escolhe coluna da Igreja que será edificada e antes do evento da transfiguração, a comunidade de Mateus quer testemunhar a humanidade da Igreja, as fraquezas que surgirão na caminhada rumo ao Reino que Jesus mesmo inaugura.
Peçamos a força do Espírito Santo para que nos tornemos doravante, não pedra de tropeço, mas pedra de coluna, na implantação de um mundo cada vez melhor.


Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado!

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